Sinto-me como um cadáver no no meio do deserto. Deitada ao sol já em esqueleto e por companhaia os bichos que comem os restos de carne já seca. Não tenho nada que indique que estou ali. A placa é um simples cato que nasceu por cima da minha cabeça. Deitada na areia escaldante... Estou ali tão só, tão imensamente só, na vastidão do deserto sem ninguém que me descubra e eu vou desaparecendo, cada vez mais e vai chegar ao ponto que desapareço de vez e ninguém vai saber quem eu era e que estive ali. Porque o mundo me abandonou no deserto da vida. Sempre esperei que tu me levasses uma flor e me fizesses renascer pouco a pouco, mas tu só ajudas-te a fazer com que os bichos me comessem mais depressa. E sem esperanças vou esperando o dia em que vou desaparecer de vez. Quem sabe talvez um dia te lembres que eu existo e me leves uma flor e eu renasça.