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Adivinha!

Adivinha sobre o que vou falar hoje? Um sitio onde posso falar de tudo o que me apetece...

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Adivinha!

04
Mar20

Encruzilhada


Milheiras

Resultado de imagem para encruzilhada

E quando cada dia que passa se torna mais claro e mais tenebroso, e quando pensas que não podes apagar o passado porque isso te faz perder o futuro. E quando vês o sofrimento nos olhos de quem mais amas e não sabes o que fazer?

E quando olhas para todos os lados gritas em silêncio e não vês nem entendes como chegaste aqui.

Nem sabes o que fazer...

Continuar é demasiado penoso, ficar é impossível, e não podes voltar para trás.

19
Jan19

As palavras podem ferir mais que finas lâminas...


Milheiras

As palavras podem ser mais dolorosas que lâminas afiadas. Fora do meu núcleo sem foi permitido dizer o que queriam, claro que ao princípio doía,porque queria ser amada por todos. Mas depois percebi que não era possível, desisti. E tudo se tornou mais fácil. Já há muito que as palavras não me magoavam tanto.... Talvez porque saíram da boca que mais amam e é juntaram-se com aquele veneno que me queimou durante anos... Porque eu não sou perfeita, mas amo-te incondicionalmente....

 

09
Out18

Esperança


Milheiras

Existe uma luz...

Mas o medo é terrível, medo voltar a acontecer... Medo da perda... Medo da repetição... Medo...

No passado, da outra vez as consultas eram momentos únicos em que nos sentíamos mais perto do sonho, quase que o podíamos abraçar...

 

Hoje as consultas são o medo... O medo do silêncio, da morte quando se quer transbordar de vida...

 

Hoje a Andreia Rodrigues e outra Ana, levaram o tema ao novo programa da Júlia Pinheiro.

Gostava tanto de poder falar com elas ter partilhado a minha dor... Der dito que me sinto culpada, que tal como a Ana não tive coragem para ver...

E que tenha medo, que tenho medo de dizer que há esperança, tenho medo de ter esperança...

25
Ago17

"O tempo tudo cura!"


Milheiras

O tempo vai passando, a dor permanece. Mas parece que tudo aconteceu, há muito tempo. No meu pensamento habitam novos medos, quero acreditar que a morte habitou em mim, por algum motivo. Não me consigo aproximar da religião para explicar o que aconteceu. Não quero pensar que foi um sinal para mudar de vida. Não consigo entender nem sei se é necessário entender. Se calhar é só aceitar, mas como posso aceitar ou não aceitar uma situação destas? Sei o que sinto, uma sensação de impotência, de tristeza e incompreensão. Nem o papel do porquê a mim eu consigo vestir... Agora começo a conseguir falar sobre o assunto. De repente sinto - me velha, sem conseguir fazer planos para o futuro tamanha é a sensação de impotência.

30
Mai17

Pesadelo Real - 8 de Maio


Milheiras

Tal como estava combinado lá fui ter com médico, na segunda 8 maio.

Levava comigo o saco da "maternidade", camisas de dormir, robe, chinelos e muitos pares de cuecas, pensos ultra absorventes de noite, e artigos de higiene pessoal. O saco e o ovo, a primeira roupinha do bebé ficou em casa desta vez estava destinado que viesse de braços vazios. Tremia que nem varas verdes, quando cheguei ao hospital. Os olhares de pena quando dizia que tinha um aborto retido.

Depois o chegar ao piso da maternidade/pediatria, encontrar grávidas com barrigões e sorrisinhos nervosos, ouvir o choro dos bebés ainda tão pequeninos...

E eu saber que a morte habitou o meu ventre, e o pavor de ter de passar por tudo outra vez, era sufocante, apesar de tentar manter um sorriso na cara, houve um momento em que correram duas lágrimas furtivas.

O ter de deixar o meu marido, na sala de espera e entrar sozinha atrás do médico, fui a mais profunda sensação de solidão, desta vez até os corredores me pareceram mais sombrios.

O ser observada e ver debaixo de mim um balde à espera... O terror, o desespero inundava-me e eu gelava e permanecia no mais profundo dos silêncios, nem as lágrimas queriam assistir...

E o médico respondeu: "Está tudo limpo!"

E a dor cravou-se no meu peito, perdi o meu filho e lembrei das palavras do José Luís Peixoto: "Um filho só de sangue..." que eu deixei escorrer...

E o vazio apoderou-se de mim... Porque não quiseste ser meu filho????

 

 

 

 

"Esse filho só de sangue que te escorre pelas pernas. Sou eu. Podíamos ter-lhe ensinado as palavras, mas o seu nome é agora de sangue. Podíamos ter fechado a sua mão pequena dentro da nossa, mas a sua mão é agora de sangue. Esse filho só de sangue que te escorre pelas pernas e morre sou eu, o meu sangue e a minha memória."

"Fingir que está tudo bem: ter de sorrir: um oceano que nos queima, um incêndio que nos afoga."

"Vamos separar-nos, nada nunca mais me trará
os teus olhos ou os teus dedos ou tantas coisas
que eram palavras, nada, nunca mais, manhã após
manhã, te mostrará o meu rosto a acordar. nem as
estrelas, nem a cama antes de adormecer. nada.
Vamos separar-nos, e nada nunca mais nos poderá
unir, nem mesmo o tempo. nem mesmo a morte."

"não. ninguém irá saber o que aconteceu.
Estou muito cansado.
Apetece-me dormir até morrer."

 

José Luís Peixoto

in: A criança em ruínas

 

28
Mai17

Pesadelo Real... 6 de Maio


Milheiras

 

 

 

Desde o dia 3 de Maio pelas 16 horas até ao momento que tenho vivido um pesadelo real...

Foi horrível fisicamente, mas psicologicamente é melhor nem falar, porque continua a ser horrível, embora por momentos consiga esquecer o que se passou...

Desde o momento em que soube que o feto não tinha batimentos que a dor na alma é lacerante...

No dia 4 passei o dia todo a chorar, a desejar que a morte saísse de dentro de mim...

A física só começou na noite de 3 para 4 de maio e intensificou-se na noite de 5 para 6 de maio, a que culminou com a expulsão do feto por volta das 7 da manhã do dia 6 de Maio, mas com contracções até por volta das 13 horas, ironicamente na véspera do dia da Mãe.

O médico tinha-me explicado tudo o que poderia acontecer, e caso acontecesse para lhe ligar, mas também disse que se não acontecesse nada que no dia 8 segunda-feira teríamos de tratar de tudo.

Com mais alguma ajuda da Internet, estava preparada para perceber o que se ia passar comigo e com o meu corpo...

Por isso quando senti aquele corrimento incontrolável saltei da cama e corri para casa de banho deixando um rasto de sangue e levando o telemóvel comigo para chamar o meu marido, em pleno processo telefonei para o trabalho e pedi-lhe que viesse...

Senti sair aquela bola suave, que não tive coragem de ver , pensei que ia desmaiar, bati na minha própria cara com a mãos molhadas em água gelada, nem sei qual dor era mais incapacitante parece que se tinha partido alguma no meu peito e as entranhas sangrando, saindo depois varias vezes bolas suaves mas mais pequenas... Não tive coragem para ver o que saiu...

Abracei o meu marido, nem coragem tive para chorar...

Sabia que a morte não podia continuar a habitar o meu ventre, mas o que saia de mim não era a morte, era o meu filho...

 

 

04
Mai17

O guião de 2017, só pode estar errado...


Milheiras

Alguém sabe onde posso entregar o guião que me deram para o ano 2017?

É que só pode ter vindo errado...

Neste maldito ano, não tenho direito a uma boa noticia que se cumpra????

Quantas mais provações tenho de passar?

Sou assim tão má pessoa?

 

Que não mereço nada de bom este ano????

 

Ontem recebi a melhor e pior noticia de todas, a melhor é que estava grávida a pior é que o feto não tinha batimentos cardiacos....

 

 

09
Ago11

A vida


Milheiras

Na realidade não estou sozinha mas é como se estivesse... O meu filho de 11 meses não me pode ajudar muito... Eu é que tenho de o ajudar, na realidade até ajuda, aquele sorriso dele faz desaparecer qualquer nuvem mais negra, mas não me posso por a contar ou até mesmo a chorar os meus problemas para ele.

Sempre tive um relação muito especial, difícil de entender aos olhos dos outros, mas sempre correu bem, eu tinha independência financeira, traçava os meus objectivos e investia nos meus sonhos...Com apoio ou sem apoio, eu ia....

Às vezes queixava-me da solidão que sentia, mas logo arranjava mais qualquer coisa que me fazia esquecer tudo isso ( Trabalhava 40/semanais como secretária, dava formação e frequentava um curso á noite todas as 3ªs e 5ªs, e estava a tirar a minha 2ª licenciatura), na verdade não tinha muito tempo para pensar na solidão...

Quando engravidei, foi a melhor noticia da minha vida...Mas a minha vida começou a abrandar, 1º deixei de dar formação, depois deixei de ir ao curso, depois fiquei de baixa, logo deixei de trabalhar, o menino nasceu, vivi para ele uns quantos meses, deixei a licenciatura suspensa. Depois voltei à licenciatura e ao trabalho, depois fui despedida.

E agora sinto um enorme vazio...

Talvez esteja desmotivada...deprimida...Precisava de me sentir mais acompanhada em casa, mas não sinto. Se calhar até faço mal, mas acabo por fugir para quem me dá apoio e me ajuda, os meus pais...E cada vez me sinto mais distante da minha casa... Não tenho vontade de a arrumar, nem limpar, não importa... Só me quero sentir acompanhada... è como se a casa já não tivesse significado, é como se eu já não me sentisse parte desta casa...E então dói, dói muito....

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